Todos
os anos, quando se aproxima o dia 20 de novembro, que desde 2011 é
oficialmente reconhecido como Dia Nacional de Zumbi e da Consciência
Negra, surgem nas redes sociais e em várias rodas de conversa os
mesmos comentários, “não precisamos de consciência negra, nem
branca'', “isso reforça o preconceito”, “consciência não tem
cor”, entre outros do mesmo gênero.
Realmente,
se vivessemos em uma sociedade ideal, livre de preconceito, justa e
igualitária, não precisaríamos de datas especificas para
refletirmos sobre nenhum tipo de consciência, porém esta não é
nem de perto a nossa realidade.
É
fundamental termos uma data especifica que “obrigue” toda a
sociedade a refletir e discutir sobre o tema, não só porque a
população negra foi escravizada durante a maior parte da história
de nosso país, e porque mesmo após a abolição da escravidão seus
direitos foram negados oficialmente na maior parte do tempo.
Só os
dados atuais já nos bastariam para defender um dia de reflexão
sobre a Consciência Negra, 77% dos jovens assassinados no Brasil são
negros, 13% dos negros de até 15 anos são analfabetos, mais de 60%
da população carcerária brasileira é composta por jovens negros,
61% das mulheres assassinadas no país são negras, a população
das periferias são compostas majoritariamente por negros.
Os dados
do presente não estão desconectados dos dados do passado, a
situação da população negra no atualmente é resultado da
construção histórica e cultural da nossa sociedade, baseada no
escravagismo e na exclusão racial.
Mesmo
diante destes fatos ainda existem aqueles que negam a existência do
racismo em nossa sociedade, é por isso que a existência de um Dia
Nacional de Zumbi e da Consciência Negra é fundamental para
combatermos este pensamento, exaltando que a história Brasileira
também tem figuras “importantes” que são negras como Zumbi,
difundindo a cultura negra brasileira, e discutindo os atuais
problemas enfrentados pela população negra, conscientizando a todos
de que a segregação racial é uma construção histórico e
cultural e que podemos, e devemos supera-lá.
Portanto,
enquanto vivermos em uma sociedade em que ter a cor negra em sua pele
interfira diretamente em quais direitos você terá acesso ou não, e
limite seus anseios de futuro, temos que ter dia da consciência
negra sim! E não precisamos de dia da consciência de outras cores,
porque não se trata de exaltar uma determinada cor, e sim discutir
as opressões que lhe foram impostas baseadas na cor da sua pele.
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