Na
última semana a ação do governo do estado mobilizando toda sua
base aliada na Assembleia Legislativa do Paraná (ALEP) para aprovar
medidas autoritárias e impopulares, como por exemplo a suspensão das eleições para diretores nas mais de duas mil escolas estaduais,
ficou conhecido popularmente como “Tratoraço do governo Richa”.
Ontem, se
utilizando do mesmo expediente, aconteceu em Pontal do Paraná, o
“Tratoraço do governo Rossi”, para a aprovação em sessão
extraordinária, as 9 horas da manhã, do aumento na taxa de coleta
de lixo para o ano de 2015.
Instrumento da Democracia em Pontal do Paraná |
Edgar
Rossi e seu partido, o Solidariedade (SDD), se utilizaram do fato de
possuirem ampla maioria na Câmara dos Vereadores, assim como Richa,
o PSDB e os partidos de aluguel que o apoiam tem na ALEP, para
“tratorar” qualquer debate com a população sobre polêmica lei.
O “modus
operandi” tanto na ALEP, quanto da nossa Câmara é o seguinte,
“somos maioria, e não vamos dar satisfação a população”. Por
garantirem numéricamente uma maioria para aprovação de qualquer
lei que queiram, esvaziam qualquer hipótese de debate com a
população.
Mas é
importante lembrarmos como essas maiorias foram construídas, tanto
aqui como acolá, os executivos não elegeram a maioria no
legislativo, então como são maioria?
Vamos nos
ater ao exempĺo pontalense, que se aplica ao nível estadual
perfeitamente, o prefeito Edgar Rossi foi eleito em 2012 pelo PHS, os
partidos que faziam parte da sua coligação elegeram apenas dois
vereadores, nenhum deles do seu partido, portanto Edgar teria uma
Câmara de oposição a sua gestão certo? Não.
Além de
acordos loteando secretárias e cargos comissionados entre vereadores
e seus indicados, para “conquistar” o apoio dos membros do
legislativo, pouco mais de um ano após sua eleição a jogada que
propiciou o “tratoraço” foi dada, com a criação do novo
partido Solidariedade, o que permitiu os vereadores mudarem de
partido sem o risco de perder o mandato, numa tacada só 5 vereadores
e o prefeito mudaram para o novo partido, assim o SDD nasceu
controlando a prefeitura, a presidência da Câmara e quase metade
dos vereadores.
Agora as
questões que surgem são várias:
Primeiro,
o que fez com que 5 vereadores, que apoiaram um candidato em oposição
a Edgar, e portanto, teóricamente defendiam um projeto político
diferente para Pontal do Paraná, em menos de um ano migrarem para o
mesmo partido que o prefeito?
Segundo,
o que fez com que o Prefeito entregasse secretarias e cargos
comissionados a vereadores e seus indicados que fizeram campanha
contra ele durante as eleições, e portanto defendiam projetos
distintos?
Qual a relação entre essa distribuição de cargos e secretarias e o fato dos vereadores aprovarem todos os projetos do prefeito?
Qual a relação entre essa distribuição de cargos e secretarias e o fato dos vereadores aprovarem todos os projetos do prefeito?
Essas
sãos perguntas que inquietamente se repetem na cabeça de muitos
pontalenses, e que só o tempo nos dirá, ou já nos disse, mas eu
gostaria de jogar aqui mais uma dúvida, até quando dura essa
unidade da turma do SDD, pois em uma rápida análise do pontencial
de votos de seus vereadores, podemos fazer a projeção que uma
possível coligação em 2016 com os 5 vereadores do Solidariedade
elegeria dois, no máximo três vereadores, e ai meus caros a briga
pra não ficar de fora vai ser grande.
Portanto
o ataque que sofremos nesta última sessão da Câmara com o aumento
sumário da taxa de coleta de lixo, sem debate com a população, em
uma sessão marcada para um horário que impossibilita a grande
maioria da população de comparecer, é só mais um ataque entre os
que estão sendo aplicados nos últimos tempos e que ainda serão
aplicados nos próximos anos, e são reflexo de uma política de
conchavos e acordos espúrios, onde indicações para secretarias e
cargos comissionados garantem maioria no legislativo e suprimem os
debates democráticos que aquela casa deveria promover.
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