quarta-feira, 12 de novembro de 2014

Aumento da Taxa de Coleta de Lixo: O tratoraço Pontalense!


Na última semana a ação do governo do estado mobilizando toda sua base aliada na Assembleia Legislativa do Paraná (ALEP) para aprovar medidas autoritárias e impopulares, como por exemplo a suspensão das eleições para diretores nas mais de duas mil escolas estaduais, ficou conhecido popularmente como “Tratoraço do governo Richa”.
Ontem, se utilizando do mesmo expediente, aconteceu em Pontal do Paraná, o “Tratoraço do governo Rossi”, para a aprovação em sessão extraordinária, as 9 horas da manhã, do aumento na taxa de coleta de lixo para o ano de 2015.
Instrumento da Democracia em Pontal do Paraná
Mais importante que o próprio mérito da matéria em questão, um abusivo aumento no valor da taxa de coleta de lixo, sem a menor justificativa, principalmente se tratando de um dos serviços mais deficitários do municipio, é a maneira como foi aprovada a lei que mais nos agride.
Edgar Rossi e seu partido, o Solidariedade (SDD), se utilizaram do fato de possuirem ampla maioria na Câmara dos Vereadores, assim como Richa, o PSDB e os partidos de aluguel que o apoiam tem na ALEP, para “tratorar” qualquer debate com a população sobre polêmica lei.

O “modus operandi” tanto na ALEP, quanto da nossa Câmara é o seguinte, “somos maioria, e não vamos dar satisfação a população”. Por garantirem numéricamente uma maioria para aprovação de qualquer lei que queiram, esvaziam qualquer hipótese de debate com a população.
Mas é importante lembrarmos como essas maiorias foram construídas, tanto aqui como acolá, os executivos não elegeram a maioria no legislativo, então como são maioria?
Vamos nos ater ao exempĺo pontalense, que se aplica ao nível estadual perfeitamente, o prefeito Edgar Rossi foi eleito em 2012 pelo PHS, os partidos que faziam parte da sua coligação elegeram apenas dois vereadores, nenhum deles do seu partido, portanto Edgar teria uma Câmara de oposição a sua gestão certo? Não.
Além de acordos loteando secretárias e cargos comissionados entre vereadores e seus indicados, para “conquistar” o apoio dos membros do legislativo, pouco mais de um ano após sua eleição a jogada que propiciou o “tratoraço” foi dada, com a criação do novo partido Solidariedade, o que permitiu os vereadores mudarem de partido sem o risco de perder o mandato, numa tacada só 5 vereadores e o prefeito mudaram para o novo partido, assim o SDD nasceu controlando a prefeitura, a presidência da Câmara e quase metade dos vereadores.
Agora as questões que surgem são várias:
Primeiro, o que fez com que 5 vereadores, que apoiaram um candidato em oposição a Edgar, e portanto, teóricamente defendiam um projeto político diferente para Pontal do Paraná, em menos de um ano migrarem para o mesmo partido que o prefeito?
Segundo, o que fez com que o Prefeito entregasse secretarias e cargos comissionados a vereadores e seus indicados que fizeram campanha contra ele durante as eleições, e portanto defendiam projetos distintos?
Qual a relação entre essa distribuição de cargos e secretarias e o fato dos vereadores aprovarem todos os projetos do prefeito?
Essas sãos perguntas que inquietamente se repetem na cabeça de muitos pontalenses, e que só o tempo nos dirá, ou já nos disse, mas eu gostaria de jogar aqui mais uma dúvida, até quando dura essa unidade da turma do SDD, pois em uma rápida análise do pontencial de votos de seus vereadores, podemos fazer a projeção que uma possível coligação em 2016 com os 5 vereadores do Solidariedade elegeria dois, no máximo três vereadores, e ai meus caros a briga pra não ficar de fora vai ser grande.
Portanto o ataque que sofremos nesta última sessão da Câmara com o aumento sumário da taxa de coleta de lixo, sem debate com a população, em uma sessão marcada para um horário que impossibilita a grande maioria da população de comparecer, é só mais um ataque entre os que estão sendo aplicados nos últimos tempos e que ainda serão aplicados nos próximos anos, e são reflexo de uma política de conchavos e acordos espúrios, onde indicações para secretarias e cargos comissionados garantem maioria no legislativo e suprimem os debates democráticos que aquela casa deveria promover.

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