segunda-feira, 30 de março de 2015

A Petrobrás, o Primo e a Reforma Política!


Atravessamos com toda certeza  uma das maiores crises no sistema político da curta história da democracia brasileira, denúncias diárias de corrupção se somam a falta de representatividade popular, e o descrédito nas instituições. Tanto a nível estadual como federal, os casos de corrupção são corriqueiros,  sem deixar é claro de contaminar o funcionamento das prefeituras e câmaras municipais, onde os casos muitas vezes são mais absurdos, porém menos investigados devido ao maior controle das elites locais.


No âmbito federal a bola da vez é a Operação Lava Jato, que desmantelou um esquema de corrupção que em décadas sugou bilhões dos cofres da Petrobrás. Diretores da estatal e de empreiteiras prestadoras de serviço, encontram-se atualmente no presídio de Piraquara-PR, devido ao verdadeiro “clube de vantagens” que as empreiteiras criaram para “dividirem” os contratos coma Petrobrás.
Já na esfera estadual, o escândalo do momento tem ligação direta coma família do governador, Luiz Abi Antoun, primo de Beto Richa, chegou a ser preso por envolvimento em esquema de corrupção que envolve fraudes em licitações e na receita estadual. Auditores da Receita Estadual e empresários beneficiados também foram presos.
Em ambos os casos, os empresários e empresas beneficiados pelos assaltos aos cofres públicos, são financiadores de campanha tanto do poder executivo quanto do legislativo, assim o executivo facilita e legislativo na fiscaliza. E se nos esforçarmos um pouco, veremos que essa relação promiscua entre financiadores e financiados, se dá desde as prefeituras das menores cidades, até o governo federal.
Atualmente corre no Congresso Nacional a discussão sobre um projeto de reforma política, muito se discute sobre voto distrital ou distrital misto, lista aberta ou fechada, coligação ou não, proporcionalidade ou não, mas na questão de financiamento, poucos parlamentares defendem honestamente o fim do financiamento privado de campanha.
Podemos mudar as regras do jogo e mudar sua cara, porém se empreiteiras, bancos e multinacionais continuarem a financiar o processo eleitoral, pouca coisa vai mudar, continuaremos a eleger políticos que estarão preocupados em honrar os compromissos com seus financiadores e não com os eleitores, e casos como o da Petrobrás e do Abi, continuarão a ser regra do jogo político.
Só uma reforma política, com aumento do controle popular sobre os mandatos dos eleitos, e com fim do financiamento privado de campanha, é que pode mudar a estrutura do atual sistema político, pois já dizia meu avô “quem paga a banda, escolhe a música”.

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